Muito se foi falado sobre o mundo de DAI, o qual é interessante enquanto visto pelo ponto de vista da exploração, mas que no entanto depois de jogado com um pouco mais de profundidade, percebe-se o quão ridiculo é o seu level design. A forma como você chega nos locais requeridos para as quests e localizações de coletáveis é irritante pela falta de liberdade, pois mesmo o jogo possuindo áreas grandes, ainda assim usa artifícios que conseguem tornar o trajeto extremamente linear, não possibilitando utilização de atalhos ou escaladas em áreas íngremes.
Com a execução de quests o jogador libera algumas Dungeons, porém, as áreas principais do mapa são apenas 10, e elas não são grande coisa ( qualitativamente falando ).
Pior ainda, apesar das áreas grandes, o jogo não possuí mundo aberto, isso devido a falta de interligação direta entre essas áreas. Isso por si mesmo já seria mais que suficiente para tirar a credibilidade que o jogo poderia ter, mas os problemas não param aqui...
A progressão de personagem é horrível, não via algo assim desde Darksiders 2. Nela você simplesmente libera perks para habilitar skills e preencher seus slots, sendo que algumas conferem algum atributo para seu personagem, mesmo assim isso acontece de forma tão frugal que nem parece que você está jogando um rpg, isso devido a uma ausência maior de profundidade em questões envolvendo estatísticas, que são características do estilo.
Outra coisa ruim é a falta de migração de classes, o jogo continua muito fechado, condenando o jogador a carregar o fardo da sua escolha durante toda jogada. Não bastando isso, você ainda tem que lidar com restrições de equipamentos ( classe e level ), e isso realmente tira muito o prazer da progressão, e dá a entender que quem o desenvolveu nunca jogou outros jogos.
Sobre as multiplas escolhas, em boa parte elas apenas afetam a sua relação com os seus companheiros, exprimidos através de aprovações/desaprovações. O enredo, assim como essas escolhas, estão muito distantes de possuir a profundidade e os valores morais, bem como as repercussões encontrados no grandioso The Witcher II. Sem mencionar que os romances de DAI são a coisa mais tediosa que eu já vi em um jogo.
O sistema de combates apesar do ótimo recurso de câmera tática, peca muito com o seu modo Lock On, o qual realmente não consegue manter o alvo fixado, oscilando de mudança sem a aprovação do jogador. Boa parte dos ataques com projeteis ( flechas e magias ), são praticamente teleguiados, o que tira muito o prazer que um ajuste de mira poderia oferecer, e causa ainda uma sensação estranha de automação devido ao processo simplório que requer apenas aproximação do alvo e aperto repetitivo de botão.
Toda essa falta de liberdade e otimização de recursos é muito intrigante para um jogo que afirma seguir influências de Skyrim, onde na verdade, DAI é justamente o oposto de tudo aquilo que ela quis dar a entender que seria. Esse jogo é o puro retrato de promessas não cumpridas, oriundas de um marketing enganoso. E como consumidora e entusiasta de Rpg's, não posso perdoar isso. Infelizmente DAI zerou a prova!
Nota; 0 / 10
Pontos positivos;
-Exploração.
-Sistema de montarias.
Pontos Negativos;
-Progressão de personagem
-Level Design
-Sistema de batalhas.
-Mapa.
-Ausência de mundo aberto.
-Ausência de New game+