Curiosamente o filme se baseia em livros de determinada escritora, e isso era o que eu sabia, sendo que nem havia me preocupado em assistir um trailer ou ler muito a respeito até então, e apenas ouvi falar sobre o contexto de um relacionamento que envolvia práticas sádicas e tals, e assim embarquei de gaiata no navio sem imaginar o quão desagradável aquela experiência estava prestes a se tornar.
No enredo do filme, nos deparamos inicialmente com o clichê de uma garota sem graça e sem nenhum atrativo chamada Anastasia, que mesmo nessa condição sem sal, ainda consegue chamar a atenção de um homem poderoso e rico chamado Christian . E sim, o filme vai seguir essa linha, abordando a condição masculina de Christian, um homem que como qualquer um outro ( apesar da sua posição social ), é capaz de se interessar por uma mulher meramente pela sua condição feminina, sendo que a chance do oposto disso acontecer é praticamente zero. Mas como eu dizia, Christian é o cara, ele é bonito, jovem e acima de tudo, muito rico, o que em teoria o torna o partido ideal para qualquer mulher, e eu disse quase por causa de suas excentricidades.
Já a construção de personagem da Anastasia é responsável pela sensação desagradável que paira no filme, pois ela ressalta o que há de pior na natureza feminina; a hipergamia.
Anastasia simplesmente não consegue enxergar as pessoas que trabalham com ela e nem seus amigos e colegas que são do mesmo circulo social, como uma opção de relacionamento. Eles são praticamente invisíveis. E sim, chega a ser vomitável a rapidez do processo e demais formas convenientes pela qual essa garota se interessa pelo protagonista.
O anseio e fixação de Anastasia de se relacionar com um cara tão poderoso como Christian, a levam a aceitar seus caprichos e fetiches voltados a dominação, sadomasoquismo e outras praticas relacionadas, as quais são muito mal introduzidas e abordadas, assim como são interpretadas de forma péssima ( Inclusive quem quiser assistir algo muito melhor, relacionado a essa temática sadomasoquismo, eu recomendo o excelente filme do Lars Von Trier chamado Ninfomaníaca ).
Dito isso, a trama de 50 tons de cinza vai girar em torno do questionamento acerca do preço a ser pago pela aceitação, assim como seus eventuais limites, desigualdades e consequências, os quais podem até parecer interessante em um primeiro momento, porém, as más interpretações e péssimas abordagens tornaram essa experiência uma chatice sem fim. Mesmo assim, provavelmente muitas mulheres vulgares, medíocres e fúteis irão se identificar com o filme, isso por causa da massagem no ego em relação as possibilidades de uma reles plebeia ascender a condição de nobreza instantaneamente, graças a mensagem do filme sobre a viabilidade da hipergamia, mesmo hoje em dia.
Dou Nota ; 0 / 10 ( Lixo absoluto ).